mas a intenção persiste: casar comigo. e, no entanto, já não digo como disse algumas coisas... já não digo que é muito mais complicado deitar-me todas as noites e abraçar-me sem reservas. pelo contrário, é tão mais simples! e sempre com a garantia de os braços estarem abertos. já não digo que é mais duro exigir fidelidade àquilo que sou, pois passou a ser tranquilo ouvir-me bem e, ouvindo-me, sentir que só me engano se ficar com quem se engana. já não digo que é mais justo e verdadeiro dizer 'amo-me' do que andar a cobrar a injustiça de o outro não dizer 'amo-te': é sempre justo e verdadeiro dizer 'amo-me', sempre justo e verdadeiro dizer 'amo-te', quase diria que é até a mesma coisa, um verbo só que se dá e se recebe ao mesmo tempo e se conjuga sem ter medo.
já não digo que o meu primeiro casamento 'acabou' com um atropelamento ou que o segundo 'não deu certo'. de cada um guardo intacta a vivência do amor na expressão que me foi dado a conhecer e estou grata por ter tido essas experiências. mas, sobretudo, e apesar de não ter falado nisso nesse outro texto que escrevi, já não temo esse bicho a que chamei anos a fio de 'solidão' e que me comia as entranhas de cada vez que imaginava não ter mais com quem casar, porque isso está garantido! saiba eu seguir, sentindo, o milagre de me ter sempre comigo e está selado o compromisso de não mais me separar.
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