sim, é verdade, eu não sei nada, nem quando digo que sei muitas coisas. erro e aprendo, sofro e tropeço, armo-me em forte, descubro-me frágil, desfaço-me em lágrimas, escangalho-me a rir, hesito, repito, conquisto, insisto e existo e todos os dias estou viva para recomeçar tudo de novo. sim, 'precisar' é um verbo que a mente conjuga, mas que a alma não usa quando aprende a aceitar que vive dentro de um corpo magoado, mas que também isso há-de passar à medida que for aprendendo a curar-se. sim, a humanidade atrapalha-nos muito quando a usamos como uma barreira e fechamos os braços com medo de que venham roubar-nos, trair-nos, mentir-nos ou pedir-nos coisas que achamos ter o direito de recusar - ou, simplesmente, que não queremos nem temos para dar. sim, ando a aprender a casar-me comigo e a jurar-me fidelidade e só é justo o que for o melhor para mim. sim, ter expectativas faz parte, ter sonhos faz parte, faz parte ter ilusões e desilusões, só tomando o todo pelas partes seremos capazes de ir pondo de parte tudo aquilo que não nos faz falta, para esse todo que somos. sim, o amor é semente, planta-se e cresce, monda-se e vinga, rega-se e faz-se maior a ponto de nos transformar no seu próprio fruto. sim, temos padrões, temos traumas, vícios, heranças, temos debaixo da cama muitos fantasmas que nos assustam, temos feridas abertas, temos capacidade de cura. sim, somos aquilo que escolhemos a cada minuto, ontem já era, amanhã não sabemos. sim, é tudo tão duro e tão dócil, tudo tão simples e tão complicado, tudo tão bom e tão mau, tudo tão rápido e tão demorado, tudo tão luminoso e tão denso e tudo É: direito e avesso. sim, somos elos de uma mesma cadeia, não viemos sozinhos trilhar os caminhos da Terra, somos um e o mesmo, cada um seguindo o seu trilho a caminho de casa. sim, queremos todos a mesma verdade e todos contamos as mesmas mentiras. sim, estou aqui para dizer sim à vida e a tudo o que sou e, sim, dizer sim é, muitas vezes, saber dizer não.
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