e ele encolheu-se e pediu-lhe
não toques.
mostrou-lhe as feridas:
aqui
e aqui
e aqui.
tantas!
disse ela.
ardem, não toques
voltou ele a pedir-lhe.
e então ela lembrou-se do anjo, lembrou-se de como nunca nada lhe ardia, nessa altura era ela quem se encolhia, apontava-lhe as feridas e o anjo lambia-as até que ficassem em crosta e dizia ::
põe-te ao sol que isso sara
e ela durante dias a fio exibindo as feridas à sombra.

e aqui
e aqui.
deitava-se à noite e as cartilagens rangiam, de cada vez que mudava a disposição dos fantasmas nos sonhos, as estrelas ardiam de cada vez que o céu não se abatia sobre ela.
põe-te à luz
dizia-lhe o anjo
apontava-lhe a carne viva do coração e ela dizia
arde
e pedia
não toques.
:: :: ::
continua
põe-te à luz
dizia-lhe o anjo
apontava-lhe a carne viva do coração e ela dizia
arde
e pedia
não toques.
:: :: ::
continua
Sem comentários:
Enviar um comentário