deitei-me na relva enquanto as minhas filhas andavam de bicicleta. ao meu lado, a Luísinha tinha estendido um pareo colorido, a Madalena um outro aos quadrados pretos e brancos, o meu era azul. já lá tínhamos estado na véspera e, enquanto as duas andavam de bicicleta, eu tinha ficado estendida no mesmo pedaço de relva - nenhuma das três tinha levado pareos - a apanhar sol e a encher a cabeça de nuvens. ontem, estendi-me ao sol apenas por breves minutos e, assim que senti que as nuvens chegavam de novo, apeteceu-me 'girar'. havia flores de todas as cores a jorrar dos canteiros, mas optei pelas que cresciam, selvagens, na margem de um pequeno ribeiro.
escolhi o pareo da Luísa, por ser o mais colorido, como pano de fundo e comecei a dispor folhas e pétalas em círculo. estava vento, o que em muito dificultava a tarefa de permanecerem na roda, e então reparei nuns pequenos espigões que brotavam, avulso, da relva e usei-os como alfinetes. perfeito! o vento soprava na mesma, mas não desfazia a mandala.
quando a acabei, chamei-lhe 'mandala do Despertar'. estava a sacudir o pareo e a preparar-me para me ir embora, quando o telefone tocou. era uma amiga a perguntar se eu não queria ir com ela ouvir o João Motta falar do movimento 'Despertar Portugal', às oito da noite, no Instituto Macrobiótico.
já tinha tido um convite para o ir conhecer, há dois meses, talvez, mas na altura não tinha sido possível. já tinha, ontem mesmo, antes ainda das bicicletas e da mandala, pensado que gostaria de ir às oito da noite ao Chiado, mas a intenção tinha ficado suspensa e sujeita ao 'andamento' da agenda.
às dez para as oito, estava na Rua Anchieta à espera da minha amiga, quando se aproximou de mim um rapaz, que depois soube chamar-se Tiago. trazia uma revista Ginko na mão e um sorriso estampado na cara. disse-me olá e exclamou
há sincronicidades incríveis, não há?
ri-me e disse que sim, achando que a sincronicidade era ele ter encontrado na rua alguém que vira numa revista, mas era mais do que isso, como me explicou logo a seguir.
o João Motta esteve a ler esta sua entrevista hoje à tarde e manifestou o desejo de a conhecer... por acaso, também estava lá o seu cunhado Miguel, a quem pediu o contacto... e agora, e sem saber nada disto, você está aqui! é incrível, não é?
tão incrível como os espigões que encontrei há pouco na relva e que permitiram que o vento não desfizesse a mandala, pensei, mas não disse, e ri-me de novo.
quando entrei no Instituto Macrobiótico, o João estava à porta e fez um ar estarrecido assim que me viu. não sabia que o Tiago me tinha encontrado na rua, mas confirmou o que me tinha dito, quando exclamou
você veio mesmo, é incrível!
e abraçou-me como se fossemos já velhos amigos.
de tudo o que ouvi e senti a seguir, sobre o movimento Despertar Portugal, retive as sincronicidades para as quais nem sempre estamos despertos, sobretudo quando adormecemos na relva e deixamos que as nuvens nos tapem o céu na cabeça.
é 'crível', não é? e é precisamente por crermos que estamos despertos.
é 'crível', não é? e é precisamente por crermos que estamos despertos.
Boa tarde, Inês
ResponderEliminarEssas sincronicidades são, de facto, qualquer coisa que nos ultrapassa completamente. Adorei ler.
Não conhecia o movimento 'Despertar Portugal'. Vou tentar acompanhar mais de perto. :)
Gostei da reportagem na Ginko com fotos muito boas. Está linda.
Adorei a mandala em cima do pareo, mas tenho que lhe contar uma coisa - as voltas que eu dei para precordar o que era um 'pareo'!!! Coisas da idade e de quem está ausente destas questões.
Pode crer, é mesmo 'crível'!!
Grande abraço.
e não é nada grave, António: não saber o que é um pareo :)
ResponderEliminarabraço de volta.
Que alegria saber da Inês !
ResponderEliminarAdorei o seu Post sobre o dia 12 e enviei-o ao João Motta dizendo : importante Ler!
Recebi logo uma resposta do Tiago para vir ver a Mandala do Despertar.
E aqui estamos ! no Despertar !
"faltei" ao encontro a que a Inês foi, mas estive presente no de Sintra e no de 4Ventos.
Um dia destes vamos encontrar-nos !
Estou feliz por estar de mãos dadas nesta roda!, minha querida !
Abraços
Margarida
pois é, Margarida, é chegado o tempo das mandalmas humanas. e que sejam cada vez mais os que se juntam nestas rodas despertas.
ResponderEliminarum beijo