que não a larga
diz o anjo
e ela ri-se.
ri-se ao sol, ri-se da luz a entrar pela janela da casinha, dos planos onde ultimamente se abrem portas sem que as vejam, dos universos paralelos onde se têm encontrado, ri-se o anjo do impasse onde julgam que caíram. e ri-se o mundo inteiro girando e rodando em câmara lenta, em câmara ardente aquilo que os corpos já não guardam, ao pó o pó, ao pó as cinzas, tantas velas que se acendem para pedir tantos milagres e a chama acesa e limpa a arder ao ar, apenas isso.
apenas isso
diz o anjo
que não a larga a não ser quando decide não ouvir o que lhe sopra, quando se afasta da canção e não quer voltar a casa, quando regressa à escuridão que não é mais do que apagar-se, nada nada para cumprir a não ser compreender-se entre linhas invisíveis, transcender-se, co-criar-se e o anjo... ri-se.
Que lindo, Inês! De uma singeleza tocante, como seus trabalhos.
ResponderEliminarMuito bonito o blog e o que escreve, passei por cá e já a adicionei aos meus sites de visita. Visite-me em http://florcor.blogspot.com
ResponderEliminarBeijinho e boa sorte. Flor Gomes